Qual é o seu propósito de vida?

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Acredito que pelo menos uma vez na sua vida você deve ter se feito essa pergunta. Ela é extremamente recorrente em nossas mentes e em nossos corações como uma ânsia de descobrirmos o porquê de estarmos no mundo. Mais ou menos assim: quando eu descobrir o porque de eu estar no mundo eu irei saber exatamente o que eu devo fazer daqui para frente.

Nossa, quantas vezes eu quis descobrir essa resposta. Eu precisava de um sentido para a minha vida. E esse sentido era o meu propósito. O que eu nasci para fazer. Pensei muito sobre esse assunto e li diversos livros com essa temática até que Deus colocou outra pergunta no meu coração: O que você quer fazer da sua vida?

Vamos esclarecer só uma coisa antes de continuar: o fato de ser relevante que nos perguntemos o que nós queremos fazer de nossas vidas não tira de Deus sua soberania sobre ela. Não, muito pelo contrário. A questão é que Deus nos criou com uma chama em nossos corações que ardem com aquilo que Ele sabe que faremos com amor. E você deve concordar comigo que quando fazemos aquilo que amamos, consequentemente fazemos aquilo com amor. É um amor que chega a nós e transborda através de nós.

Deus não está te cobrando sacrifícios. Jesus morreu na cruz por mim e por você. Deus quer que você viva uma vida plena e você só pode viver essa vida plena se você viver em amor. Deus não vai te impor aquilo que você deve fazer. Então você não precisa achar o seu propósito de vida. Ele não está se escondendo para que você o ache. Ele está dentro de você na forma de suas habilidades, seus talentos… naquilo que você faz de melhor, naquilo que você ama fazer. Você não precisa descobrir o seu propósito, você precisa escolhê-lo. Sim. Deus te deu o livre arbítrio.

O que você precisa identificar é aquilo que faz o seu coração arder, aquilo que coloca um sorriso nos seus lábios, aquilo que você faz com amor, com satisfação e, consequentemente, que você faz MUITO BEM. Pode ser algo que desde sua infância te divertia, algo pelo qual você se destacou na adolescência, algo natural seu. Se eu pudesse resumir, diria que o seu propósito é algo que você ama fazer e faz muito bem. Só que isso pode ser muitas coisas concorda? É ai que você entra como protagonista da sua história e escolhe fazer o que dá sentido à sua vida.

Eu amo ler. Desde criança os presentes que lembro com mais emoção foram os livros que ganhei. Sempre me destaquei com textos. Era excelente em desenvolver redações e muitos amigos me pediam até para escrever mensagens em datas especiais. Eu fazia com prazer. Escolhi então servir a Deus na contação de histórias para crianças e escrevendo livros que levassem a Palavra de Deus para o cotidiano das pessoas. Esse é o meu propósito? Talvez. Mas pode ser que amanhã eu decida escrever devocionais diários por exemplo. Vai deixar de ser meu propósito porque não é um livro? Não. Nada disso.

Seu propósito é algo que está bem aí no seu intimo e que, em contato com outras pessoas, a levem a um lugar melhor do que aquele que elas estão agora. Só isso. O que você ama fazer? O que você faz de melhor? O que você pode fazer com as respostas que você pensou para as duas questões anteriores?

Esse é o seu propósito. Agora vai lá e faz!

Deus de Milagres

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Acredito que quase todo mundo aqui já escutou sobre o milagre da multiplicação de pães e peixes por Jesus. De uma forma resumida vemos Jesus e seus discípulos frente a uma multidão de 5 mil homens famintos. A Bíblia não fala a quantidade de mulheres e crianças presentes  mas a gente já supõe que existia ali muito mais que 5 mil pessoas.

Eles tinham caminhado muito pra chegar ao local onde se encontravam, tinham escutado Jesus por um tempo e precisavam ainda caminhar muito para voltar a suas casas. E isso sem se alimentarem. O Jesus que conhecemos, claro, se atentou a essa condição, chamou seus discípulos e os incumbiu da missão de alimentar toda essa gente.

Imagino a cara dos discípulos naquela hora. Tipo, oi? Jesus? É muita gente, nós não temos comida suficiente. E o que Jesus disse? Traga o que tiver para mim.

E é aí que entra na história uma criança que tinha cinco pães e dois peixes. Era o suficiente para passar a fome dela? Sim. Mas era o suficiente para alimentar a fome de milhares de pessoas? Não mesmo! Ele poderia ter pensado. Não, eu não vou entregar minha comida porque não é o suficiente. Mas não foi isso que ele fez. E na hora que ele entrega aquilo que ele tem nas mãos de Deus acontece o milagre. Aquilo que não era suficiente se torna abundante.

Dessa história eu tiro algumas lições: Primeiro, aquilo que para você parece não ser o suficiente, nas mãos de Deus se torna abundante.

Segundo, Jesus bem que podia ter feito brotar comida até de uma pedra no meio da rua, mas Ele pediu que trouxessem o que se tinha até Ele. Sabe por que? Porque Ele quer trabalhar em cima daquilo que você tem e que você oferece espontaneamente para Ele. Ele quer que você faça o seu possível, e só depois disso é que Ele vai entrar com o impossível Dele. Ele quer fazer junto com você.

E terceiro, lendo a história na Bíblia, vemos que quando o menino entrega seu alimento, ele sai de cena só voltando depois para recolher cestas do que ainda sobrou da multiplicação. Com isso eu aprendo que na hora que você entrega nas mãos de Deus, você tem que deixar Deus fazer o trabalho Dele da forma Dele. Já pensou se o menino ficasse ali em cima: Jesus, corta assim, melhor o Senhor cortar nesse sentido aqui, dessa forma dá pra mais gente… Não ia funcionar né?

Então, quando você entregar qualquer coisa nas mãos de Deus deixa Deus ser Deus e veja o milagre que só Ele é capaz de realizar!

Ressuscita

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Um dos milagres mais conhecidos de Jesus foi a ressurreição de seu amigo Lázaro. E eu tiro um ensinamento que considero muito importante dessa história. Pra isso vamos entrar um pouquinho na Palavra:

Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus te concederá.
Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. João 11:21-23

A mensagem que eu tiro dessa passagem me diz que nós podemos vencer mesmo quando tudo já parece estar perdido. Sabe aquela circunstância que te diz que já não há mais esperança? Esquece. Deus não é Deus de circunstâncias. Deus é Deus de milagres.

Assim como Jesus ressuscitou Lázaro, Ele vai ressuscitar seu relacionamento, seu emprego, sua saúde, sua fé, enfim, Ele vai te ressuscitar.

Mas presta atenção em uma coisa: o milagre vai acontecer no tempo de Deus. Quando Jesus soube que Lázaro estava enfermo, Ele não saiu correndo ao encontro do seu amigo a quem amava. Olha o que diz na Bíblia:

Ora, Jesus amava a Marta, a sua irmã e a Lázaro. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. João 11:5-6

Dois dias Jesus demorou para ir ao encontro de Lázaro. E quando chegou lá e soube que seu amigo estava morto Ele chorou. Mas o fato de Lázaro estar morto tornou tão grandioso o milagre de Jesus. Sarar um enfermo Jesus fazia aos montes, mas com Lázaro Ele foi além e mostrou o quão poderoso Ele é.

Você pode estar desanimado porque Jesus ainda não atendeu as suas orações, mas deixa eu te dizer uma coisa, talvez a suposta demora de Jesus é exatamente o que Ele precisa para ir além com você. E assim como no caso de Lázaro, sua vitória está sendo preparada para honra e glória de Deus. Confie e aguarde, Ele sempre chega!

Tempo de Esperas

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Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam!  Isaías 30:18

Nem toda história começa pelo início. Na verdade acredito que não é assim com nenhuma boa história.

Antes da largada o atleta passa por treinos e rotinas que o preparam para a corrida. Mas ainda vou mais além em dizer que a história de um bom atleta não começa quando iniciam seus treinos. Ela é bem anterior a isso. Em algum momento ele percebeu que gostava de correr, talvez alguém o incentivou a sentir a brisa se intensificar em uma pedalada, quem sabe ele até quis provar algo para outra pessoa, enfim, existe uma infinidade de possibilidades para o que pode ter acontecido, mas a única certeza que temos é que algo aconteceu lá atrás. Lá atrás.

Vivemos em uma cultura imediatista que não sabe esperar. E totalmente sem orgulho confesso que me incluo nisso. Sempre quis tudo para ontem de manhã. Mas Deus me conhece como nem eu mesma nunca serei capaz de conhecer e lida sutilmente com esse meu imediatismo me fazendo perceber de formas as vezes não tão sutis que existe um tempo para todas as coisas e que esse tempo não é determinado por mim, mas por ele. E que quanto mais eu demorar a aprender isso, mais tempo levarei até concretizar minhas ações. Então, até para uma boa imediatista como eu, nada é mais eficiente do que esperar.

Mas quando te falo para esperar não me refiro a uma espera passiva. Um bom corredor não esperou o pódio assistindo netflix. Ele decidiu, ele treinou, ele se superou e, mais que isso, ele acreditou.

Creia que Deus quer fazer mais por você, mas você precisa estar preparado para correr. Se Ele te colocasse em uma maratona agora será que você conseguiria concluir a prova? Agora pense naquilo que você pede a Ele todas as noites. Pensou? Será que se Ele te desse isso hoje você estaria preparado para manter na sua vida? É muito frustrante receber algo que tanto queremos e logo em seguida perder porque ainda não estávamos preparados para tê-lo. E Deus sabe disso. As vezes algo demora para acontecer não porque Deus é ruim e não quer te atender, mas porque Ele quer que te preparar para receber. Porque Ele não quer te ver jogando tudo no lixo logo em seguida.

Prepare-se para o extraordinário de Deus na sua vida. E confie que Deus sabe o tempo de todas as coisas. E quando for o tempo certo, Ele te dará não aquilo que você mais deseja hoje, mas aquilo que, de tão bom, você sequer pode imaginar.

Assim como temos perdoado…

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Quando falamos em perdão normalmente pensamos logo em alguém que nos magoou de alguma forma. Talvez alguém que nos foi infiel, que não agiu como esperávamos ou que errou conosco. Aí pensamos: essa pessoa não merece meu perdão. E mais: pra quem vou perdoá-la se ela não muda mesmo.

Aí eu te pergunto:  Quando Jesus enfrentou aquela Cruz para que seus pecados fossem perdoados, você merecia? E mais, você deixou de pecar quando tomou conhecimento do sacrifício feito por você?

Se você for razoável em suas respostas vou continuar a te questionar: Você acha que os pecados que Deus já te perdoou são menores do que aquele que você está protelando em perdoar? Se sua resposta foi não, eu te encorajo a nesse momento buscar seu irmão a quem você possui mandamento de amor e perdoar qualquer falha que ele tenha cometido contra você. Depois disso VOCÊ estará livre para viver plenamente os planos mais maravilhosos de Deus na sua vida.

Espera ativa

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Quando pedimos alguma coisa a Deus temos a tendência a esperar ansiosamente que Ele nos dê o objeto dos nossos desejos. Pode ser a restauração de um casamento, aquele emprego que você tanto quer, um namorado, uma mudança na sua vida financeira… Mas quando o que pedimos não chega logo tentemos a dizer: Deus não me ouve, Deus não atendeu o meu pedido, ou pior, Deus não se importa comigo.

Essas atitudes perante a espera nos fazem perder a benção maior que Deus tem pra gente que é a preparação nessa espera. Deus não te faz esperar para te fazer sofrer, pelo contrário, essa espera é exatamente para te livrar do sofrimento de você receber aquilo que você quer e com pouco tempo “jogar pela janela” porque ainda não estava preparado para ter.

Quantas vezes recebemos rápido o que queremos e perdemos logo em seguida? As promessas de Deus para sua vida são eternas e não apenas de momento. Quando você pede, Deus primeiro te sonda e, em seguida, te prepara para que você possa receber ainda mais do que você pediu.

A espera em Deus não é passiva. Muita coisa acontece nesse tempo. “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Enquanto espera preste atenção ao que está acontecendo ao seu redor e, principalmente, ao que está acontecendo dentro de você.

Acredite, até para uma boa imediatista como eu, esperar ainda é a maneira mais rápida de se conseguir aquilo que se quer.

Deixe-se podar

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“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que estando em mim não dá fruto, Ele corta; e todo que dá fruto, Ele poda para que dê mais fruto ainda”. João 15:1-2

A primeira vez que li esse texto senti um certo incômodo. Pensei, poxa, se o que não dá fruto Ele corta então aquele que dá fruto deve ser protegido não é mesmo? É mesmo! Só que Deus tem uma forma especial de nos proteger. Ele nos poda!

Deus é Pai e como todo bom Pai ele quer que aprendamos mesmo que para isso precisemos passar por alguns momentos difíceis. São nesses momentos que aprendemos a seguir em frente. Quando passamos do engatinhar para os primeiros passos levamos sim algumas quedas e podemos nos machucar com elas, mas o resultado disso é o caminhar.

Quando algo nos impede de seguir pelo nosso caminho esse algo precisa ser tirado de nossas vidas. Algumas vezes dói, sentimos falta, choramos, queremos de volta, mas se confiarmos no nosso agricultor, vemos mais na frente que precisávamos nos livrar desses galhos para que pudéssemos crescer fortes, saudáveis e produzindo frutos cada vez mais bonitos.

Essa é a proteção de Deus. Não te colocar em uma redoma e te privar de qualquer sofrimento. Mas estar com você em qualquer sofrimento, assim como em qualquer alegria, qualquer vitória, qualquer momento.

Não pense que só porque você está produzindo frutos você está livre de momentos difíceis não. Eles vão acontecer durante toda a nossa vida aqui. Mas creia que cada um deles te levará para mais adiante no caminho que Deus quer que você trilhe. E quer um conselho? Trilhe. Como? Deixando-se podar!

Transformando fraqueza em esperança

Olá, hoje vamos conversar sobre transformar fraqueza em esperança.

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Em Israel, visitei a Igreja do Santo Sepulcro onde estão quatro das quatorze estações da chamada Via Dolorosa que corresponde ao caminho que Jesus trilhou até a sua crucificação. A mensagem que quero te falar hoje me veio quando eu refletia sobre a décima segunda estação que representa a morte de Jesus na cruz.

Jesus foi desacreditado ao extremo por seus perseguidores. Crucificado entre dois ladrões ele foi insultado e ridicularizado.

Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da cruz, se é Filho de Deus! Mateus 27:40

Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele. Mateus 27:42

Todo esse sofrimento levou Jesus a, momentos antes de entregar seu espírito, falar uma frase que para alguns representa um momento de fraqueza:

“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” Mateus 27:46

Mas eu acredito que este foi um momento de oração em que Jesus, em seu maior sofrimento, se solidariza com quem sofre levando a sua boca o que diz o Salmo 22 que fala sobre sofrimento e esperança.

O Salmo começa assim:

Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? Salmos 22:1

Mas logo em seguida ele mostra sua confiança:

Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel. Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste. Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram. Salmos 22:3-5

E vemos em sua continuação algo bem parecido com o que de fato estava acontecendo naquele momento com Jesus:

Caçoam de mim todos os que me vêem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim, dizendo:
“Recorra ao Senhor! Que o Senhor o liberte! Que ele o livre, já que lhe quer bem! ”
Salmos 22:7,8

Dividiram as minhas roupas entre si, e tiraram sortes pelas minhas vestes.
Salmos 22:18

E o Salmo acaba com uma mensagem de um coração cheio de esperança e reconhecimento:

A posteridade o servirá; gerações futuras ouvirão falar do Senhor, e a um povo que ainda não nasceu proclamarão seus feitos de justiça, pois ele agiu poderosamente.
Salmos 22:30,31

Jesus não estava murmurando ou perdendo sua fé naquele momento na cruz. Muito pelo contrário, ele estava tentando nos falar sobre o que já estava escrito daquilo que estava sendo concretizado ali em uma mensagem de esperança para todos nós. Esperança. Em um momento de extremo sofrimento era de se esperar que qualquer um fraquejasse, isso seria totalmente aceitável, mas Jesus vem e nos fala de esperança.

Transforme as suas fraquezas em uma força maior como  aquele que morreu e ressuscitou, aquele que segura nossas mãos nos momentos mais difíceis e nos leva para um caminho de esperança.

Vida de aparência

O tema da nossa conversa de hoje é: APARÊNCIA

Durante minha viagem ao Egito resolvi fazer um cruzeiro pelo Rio Nilo. Era um cruzeiro simples, mas como em todos, havia uma programação noturna para os hóspedes no salão principal. Me dirigi para lá na primeira noite com uma grande expectativa sobre o que eles iriam trazer para a gente. Sentei em uma poltrona confortável e esperei.

Uma pequena banda começou a tocar com ritmos locais e nós já começamos a nos animar. Daí ela entra: uma mulher egípcia em uma apresentação estilo dança do ventre. Até ali, por mais que achasse estranho seu top pequeno deixando de fora todo o seu ventre em um lugar que nem eu mesma me sentia a vontade para vestir roupas que não cobrissem o máximo de pele possível, achei que a roupa poderia ser adequada para o tipo de dança que ela iria apresentar. Mas aí ela começou a dançar. Eu já vi algumas apresentações de dança do ventre, mas nada chegava perto da vulgaridade daquela.

A mulher sentava no colo dos homens mesmo ao lado de suas esposas que sorriam e batiam palmas enquanto a dançarina colocava a mão do seu marido em sua barriga fazendo movimento com a mesma com um sorriso de ponta a ponta. Além de achar aquela cena desrespeitosa, fiquei pensando o quanto nós podemos não ser o que aparentamos.

As mulheres com quem cruzei nas ruas durante toda a viagem são mulheres recatadas que se vestem de forma a respeitar seus costumes e seus valores. A mulher que foi apresentada para os turistas ia totalmente em desacordo com isso não só por sua roupa, mas por seu comportamento.  Aí eu me pergunto: quantas vezes eu pareci ser alguém que não sou de fato? Talvez não nessas proporções, mas será que por todos os locais em que ando eu adoto uma postura condizente com quem eu sou de fato? Mais que isso, será que eu ando nos locais condizentes com quem eu sou?

Não pense que é fácil. Paulo mesmo falou sobre essa dificuldade de agir contra o pecado que habita em nós:

Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Romanos 7:19,20

O pecado habita em nós e muitas vezes nos faz agir de forma contrária ao que queremos e ao que somos. Não pense que essa luta interior é uma exclusividade sua. Ela também é minha, do seu vizinho, do seu amigo, daquela pessoa que você admira na igreja, enfim, de todos nós. Ser cristão não é ser perfeito, mas ser cristão é viver uma vida íntima com Deus em oração e fé para que ele nos ajude nessa luta contra o pecado que é uma constante em nossas vidas.

Reflita sobre a imagem que você tem passado para as pessoas em seu caminho. Essa é a mesma imagem que você vê quando se olha no espelho? Se não, descubra qual dessas imagens é a verdadeira. E mais do que isso, descubra qual dessas imagens você quer para a sua vida. E seja. Seja quem Deus te criou para ser. E deixe as pessoas conhecerem essa sua versão que é a mais bonita.

Conhecer-se: nunca seremos os mesmos quando descobrirmos verdadeiramente quem somos!

Hoje vamos conversar sobre autoconhecimento.

Eu sou uma pessoa que aaama viajar e sei que é meio obvio dizer que sempre que viajo me sinto uma estrangeira em outros países, mas é exatamente sobre isso que quero te falar hoje.

Sempre que decido viajar fica uma tensão entre a minha família de que dessa vez eu não volto mais. Como eu amo viagens, para eles é uma questão de tempo que eu decida morar longe.Só que algumas pessoas se sentem em casa fora de suas raízes, mas não é o meu caso. Eu me sinto totalmente de fora. O que é ótimo para uma visita, mas inconcebível para uma morada permanente. E além disso eu sinto falta de detalhes de mim que só existem naquele contexto chamado de lar. Mas o engraçado é que esses detalhes eu só enxerguei quando estava a milhares de quilômetros.

Quando você viaja, principalmente quando sai sozinho para um lugar onde as pessoas não te conhecem, não sabem o que você costumava fazer, não sabem nada sobre a sua personalidade, é meio que uma folha em branco dentro de um livro há muito rabiscado que se abre de uma forma totalmente mágica. Naquele momento você tem a liberdade de ser quem você quer ser. Alí você não precisa corresponder as expectativas de nenhuma outra pessoa porque não há ninguém para esperar nada padronizado de você. O que você costumava fazer antes não fará diferença nenhuma para aquelas pessoas que estão ao seu redor. Elas não vão te cobrar para fazer coisas que elas não sabem que você fazia. E então você passa a perceber de fato quais as ações que você tinha por você e quais as ações que você tinha pelos outros.

Não estou dizendo aqui que você não deve mais fazer nada por ninguém. Claro que em relacionamentos – sejam eles entre casais, pais e filhos, amigos, trabalho – sempre teremos que pensar no outro e inclusive abrir mão de certas coisas para o bem da relação. Mas  quando a gente se conhece de verdade, a gente sabe o que pode abrir mão que não vai ferir o nosso verdadeiro eu. Falo isso porque as vezes abrimos mão de uma parte que é muito importante em nossa personalidade para o bem de uma relação que com o passar do tempo será prejudicada pela falta exatamente desse mesmo item. Como um carinha super extrovertido e com um ótimo astral que conhece uma menina e se apaixona. Com o tempo ele percebe que essa menina sente ciúmes quando ele fala abertamente e de forma simpática com outras pessoas e acaba por podar esse tipo de comportamento nele. Então, na medida que ele não se entrega mais a essa interação com outros, o astral que ele tinha vai se perdendo pelo meio do caminho até que a garota não reconhece mais o cara alegre e espontâneo por quem se apaixonou e o deixa.

Existem pontos em nossa personalidade que são tão nossos que não podemos negociá-los com ninguém. E esses pontos ficam extremamente evidentes para mim quando eu estou viajando sozinha. Assim como também descubro que coisas que eu achava cruciais não passam de comportamentos supérfluos. Mas você pode ter um outro desencadeador desse autoconhecimento que não seja viajar. Esse é o meu. Você precisa descobrir o seu. O que posso te garantir é que você nunca mais será a mesma pessoa depois de descobrir quem você de fato é.